quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A Ordem da Salvação

                                    
A expressão ordem da salvação é atribuída ao teólogo luterano Jakob Karpov. Refere-se à ordem lógica na qual experimentamos o processo de passar de um estado pecaminoso para a plena salvação. Contrapondo-se a essa ideia, o catolicismo romano direciona essa ordem aos sacramentos, a saber, ao batismo, a eucaristia, a penitência e a extrema-unção. 
 O termo usado em latim é Ordo Salutis. Essa ordem é composta pela a eleição, o arrependimento e a fé, a regeneração, a justificação, a adoção e a perseverança. Vejamos: 

A Eleição – A Bíblia ensina uma escolha feita por Deus. Sempre a iniciativa é de Deus. Paulo deixa claro em Romanos ao declarar que Deus apenas escolhera os descendentes de Isaque para serem seus filhos. Portanto, a ênfase de Paulo é que ser filho de Deus depende da livre e soberana expressão de sua misericórdia, e não algo que sejamos ou façamos. O calvinismo entende que esse trecho afirma a doutrina de uma escolha arbitrária de Deus, que não leva em conta a responsabilidade e participação humana. Porém, em objeção a doutrina calvinista no mesmo trecho de Romanos surge evidências da participação e responsabilidade humanas. A presciência de Deus reflete o que Ele sabe, mas no tocante a salvação a Bíblia não dá o mínimo indício do que Deus sabia com antecedência. A palavra chamada subentende uma resposta, e, se correspondermos a ela, tornamo-nos eleitos de Deus. Quando Deus nos chama para si, visando a salvação, é sempre uma chamada da graça. E há somente uma resposta apropriada a tamanho amor: arrepender-nos e crer.         
O Arrependimento e a Fé – São os dois elementos essenciais na conversão. Envolvem uma virada contra – arrependimento – e uma virada para a fé. No A.T. a palavra arrependimento significa voltar. No N.T. emprega o termo epistrephõ no sentido de voltar para Deus. Também se utiliza a palavra metanoeõ para expressar uma ênfase á mente e à vontade. Embora o arrependimento envolva as emoções e o intelecto, é a vontade que está mais profundamente envolvida. Por outro lado, a fé abrange a confiança, para se referir à confiança ilimitada (com obediência e total dependência). Somos salvos pela a graça mediante a fé. Crer em Jesus leva à vida eterna. Então, o ato de crer não é de Deus, é do homem.      
A Regeneração – Deus realiza atos soberanos que nos introduzem na família do seu reino, regenera os mortos em seus pecados. A regeneração se define como a ação decisiva e instantânea do Espírito Santo, mediante a qual cria de novo a natureza interior. O N.T. apresenta a figura do ser criado de novo, da renovação e o nascer. A expressão nascer de novo diz respeito a uma transformação radical. Sendo o início da experiência de Cristo e do Espírito em nosso caráter moral.  
A Justificação – É o ato de modificar a nossa situação diante de Deus. Leva a efeito uma mudança em nossa natureza. Cristo pagou a penalidade integral do pecado, agora somos postos diante de Deus como plenamente absolvidos. Tendo sido justificados pela graça, mediante a fé, experimentamos grandes benefícios: paz com Deus, preservados da ira de Deus e certeza da glorificação final. A justificação nos torna herdeiros da vida eterna.  
A Adoção – É a condução para um novo relacionamento, pois nos adota como família mediante a obra salvífica de Cristo. É o ato da graça de Deus o qual nos concede todos os direitos e obrigações da afiliação aqueles que aceitam a Cristo. Por enquanto, é uma realidade presente, mas será plenamente realizada na ressurreição dos mortos.
A Perseverança – Biblicamente refere-se à operação contínua do Espírito Santo, mediante a qual a obra que Deus começou em nosso coração será levada a bom termo. Não significa que todo aquele que professa a fé em Cristo e se torna de uma comunidade de crentes tem a segurança eterna. A certeza da salvação é dada a todos os crentes verdadeiros mediante o Espírito santo, estamos em Cristo, nossa redenção e justiça. Esta verdade se aplica aos calvinistas e também aos wesleyanos-arminianos.       

FONTE:
Horton Stanley M. Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de janeiro. CPAD, 1996 

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