A obra salvífica de Cristo é a temática central do qual
gira toda a atividade de Deus na revelação. Lendo a mensagem do A.T.,
conclui-se que a salvação é um dos temas dominantes, e Deus o protagonista. Ela
consiste tanto na salvação natural quanto na salvação espiritual.Deus providenciou a salvação por meio de Jesus cristo.
O próprio Jesus proclama no N.T. quando diz: “O filho do homem veio buscar e
salvar o que se havia perdido” (Lucas 19.10).
O
significado da Salvação
Começando pelo Antigo Testamento descobrimos a natureza
redentora de Deus. Da mesma forma descobrisse tipos e predições daquEle que
estava para vir e do que Ele estava para fazer.
Os termos usados no A.T. que fazem referência a
salvação: natsal e yasha’. O primeiro significa livrar ou libertar. Esse verbo
indica uma salvação física, pessoal ou nacional. Ainda numa conotação
espiritual a salvação mediante o perdão dos pecados. O segundo verbo significa salvar, livrar, conceder vitoria ou ajudar.
Por isso Yahweh é Salvador. Portanto, Deus escolhia
representantes para trazer a salvação.
No Novo Testamento temos a palavra sõzõ que pode se referir a salvar a pessoa da morte, da
enfermidade, da possessão demoníaca. O substantivo sõtêria (salvação) se refere exclusivamente à salvação espiritual.
Ainda temos o nome Josué: Iêsous – Jesus, palavra empregada para a obra
salvífica de Cristo.
As
Naturezas de Deus e da Humanidade
A Bíblia revela um Deus que salva e que redime.
Portanto, o drama da redenção tem como pano de fundo o caráter de Deus e a
natureza da criação humana. As Escrituras deixam claro que toda a humanidade
precisa de um Salvador. Desde o primeiro casal, Adão e Eva, até a última
tentativa de desfazer os propósitos de Deus a raça humana está em uma longa
cantilena de atitudes degradadas e pecados deliberados. Então com esse quadro a
humanidade necessita de um Salvador.
A Santidade e o
Amor de Deus - A cruz de Cristo foi o caminho escolhido para aproximar
o homem de Deus. Apesar de toda a humanidade ser ímpia e Deus puramente Santo como
é visto no A.T. A cruz só fará sentido diante de um Deus reto e
justo que exige julgamento.
O ensino do N.T. consiste em que Jesus Cristo
morreu para ligar o abismo entre o Deus e a raça pecaminosa que não podia
salvar a si mesma. Paulo diz que na cruz Deus procurou demonstrar sua justiça
pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus. Então, a
Bíblia revela que a natureza de Deus é boa na sua própria essência.
A Bondade,
Graça e Misericórdia de Deus - O A.T. afirma que Deus é bom e que somente faz coisas
boas. Na atividade redentora de Deus é expressa a sua bondade. A bondade d'Ele levou a adiar seu julgamento e
salvar a humanidade. Afirmações como feitas na Bíblia como paciência,
longanimidade e tolerância é expressa no A.T. com as palavras “tardio em
irar-se”. A bondade de Deus o levou a salvar a humanidade perdida.
A natureza salvífica de Deus descreve sua misericórdia.
A misericórdia requer ação. Quem a recebe não tem méritos para exigi-la. A
inspirada profecia de Zacarias revela de modo especial a conexão entre a
misericórdia e salvação. Outra maneira de Deus demonstrar sua bondade é na graça
salvífica.
O Amor de Deus - O desejo de Deus nos salvar é o seu amor. Deus ama com
amor eterno. A redenção tem a sua origem no amor e na vontade de Deus. O N.T.
emprega os termos agapaõ e ágape para referir-se ao amor salvífico de Deus. O
N.T. dá o testemunho do fato de que o amor de Deus impeliu-o a salvar a
humanidade pedida. Por isso, esses quatro atributos (paciência, misericórdia,,
graça e amor) demonstram a sua bondade ao prover a nossa redenção.
Teorias da Expiação
Teoria da Influência Moral - Ressalta o
amor de Deus, e rejeita qualquer idéia de haver em Deu uma exigência pela
liquidação da dívida do pecado. Deus não exigiu pagamento pelo o pecado, mas
com amor perdoou graciosamente. Tem como autor o Pedro Abelardo. Essa teoria
não ver na cruz nenhum propósito ou efeito expiador ou até mesmo de
propiciação.
Teoria do Resgate – Enfatiza a vitoria
de Cristo sobre satanás. Por causa do nosso pecado estamos sob o domínio de
satanás, mas Deus, por nos amar, ofereceu seu filho ao Diabo como preço do
regaste para nos libertar. Significa que Deus é mais forte e sábio que o Diabo.
Teoria da Satisfação – Diz que as
pessoas ao pecarem ultrajaram a honra de Deus. Então, a ofensa contra um
soberano não pode passar sem castigo, exige uma satisfação. Todavia, apenas um
Deus-homem poderia dar uma satisfação pela ofensa contra a honra de Deus e
pagar o preço infinito do perdão. Focaliza naquilo que Deus exige na expiação.
Essa teoria foi proposta por Anselmo.
Teoria Governamental – Considera Deus
um legislador que tanto promulga quanto sustenta as leis do Universo. A justiça
rigorosa de Deus exige a morte eterna dos pecadores. O enfoque não é a salvação
dos pecadores, mas a guarda da lei. Na cruz, Deus mostrou que pode abominar a
ilegalidade e, ao mesmo tempo, manter a lei e perdoar os iníquos. Não considera
a depravação total da raça humana. Sua origem vem de Hugo Grotius.
Teoria da Substituição Penal – Afirma a
idéia da substituição penal para explicar o significado da morte de Cristo. Portanto,
Ele sofreu, não meramente para nosso beneficio, mas em nosso lugar. Em Jesus,
Deus assumiu a culpa e suportou a penalidade. Fala da nossa depravação total e
a conseqüente incapacidade de nos salvarmos. Aceita literalmente as declarações
que Cristo tomou o nosso lugar.
Aspectos
da Obra Salvífica de Cristo
O Sacrifício – No A.T. quando a pessoa
colocava a mão no sacrifício, significa muito mais que identificação, era um
substituto sacrificial. Os termos propiciação e expiação relacionam-se com o
conceito de sacrifício e procuram informar o efeito do sacrifício de Cristo. No
N.T. as comparações são claramente transferidas a Cristo. Por exemplo, João, o
batista, o apresenta como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Paulo
na carta aos Coríntios se refere a Cristo como nossa páscoa.
A Reconciliação – O N.T. ensina que a
obra salvífica de Cristo é trabalho de reconciliação. Paulo assevera que a obra
de Cristo nos salvará da ira de Deus e que quando ainda éramos inimigos a sua
morte nos reconciliou com Deus. Logo, o fato de Ele está vivo garante a nossa
salvação.
A Redenção – O A.T. refere-se ao rito
da redenção no tocante as pessoas ou aos bens. O parente redentor funciona como
um go’el. Então, o próprio Deus é o
redentor do seu povo. A redenção diz respeito aos assuntos morais. Essa palavra
subtende o livramento de um estado de escravidão mediante o pagamento de um
preço. No N.T. Jesus é tanto o resgatador quanto o resgate. Cristo nos livrou
do justo juízo de Deus que realmente merecíamos por causa de nossos pecados. O
propósito de sermos redimidos é Cristo purificar para si um povo seu especial.
O Alcance da Obra
Salvífica de Cristo
É sabido que há uma diferença significativa entre os
cristãos com relação à extensão da obra salvífica de Cristo. O ponto de
discórdia está em tornar a salvação possível a todos ou somente para os
eleitos.
Por quem Cristo morreu? A diferença acha-se na escolha
entre a expiação limitada (Cristo morreu somente pelas as pessoas soberanamente
eleitas por Deus), e o universalismo qualificado (Cristo morreu por todos, mas
sua obra salvífica é levada a efeito naqueles que se arrependem e crêem).
Segundo a opinião dos da expiação limitado em que olham
para os textos que dizem que Cristo morreu pelas ovelhas, pela igreja.
Enquanto, os defensores do universalismo qualificados argumentam que somente
este dá sentido à oferta sincera do evangelho a todas as pessoas.
Os evangélicos rejeitam o universalismo absoluto, que
diz que o amor divino não permitirá que os humanos, como também o Diabo e os
anjos caídos fiquem afastados d'Ele.
Por fim, a expiação ilimitada no sentido de estar à
disposição de todos; é limitada no sentido de ser eficaz somente para aqueles
que crêem. Está à disposição de todos, mas é eficiente apenas para os eleitos.
Conclusão
Finalizando, foi apresentado a importância da
obra salvífica de Cristo para toda a humanidade perdida. Por causa da nossa
depravação total todas as pessoas precisam de um salvador e que elas não podem
salvar a si mesmas.
O Antigo Testamento indica o tempo em que Deus traria a
salvação a todos, não somente a Israel, mediante o servo sofredor. Portanto, no
Novo Testamento Cristo veio para restaurar o homem para a vida, mediante o
perdão dos pecados. Não há salvação à parte do Senhor. Isso apenas for possível graças ao caminho trilhado por Jesus Cristo, isto é, a
cruz. A cruz de Cristo demonstra a natureza de Deus que é boa e sua própria
essência que abrange todas as pessoas.
FONTE:
Horton Stanley M.
Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de janeiro. CPAD, 1996
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário