quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A Obra Salvífica de Cristo






A obra salvífica de Cristo é a temática central do qual gira toda a atividade de Deus na revelação. Lendo a mensagem do A.T., conclui-se que a salvação é um dos temas dominantes, e Deus o protagonista. Ela consiste tanto na salvação natural quanto na salvação espiritual.Deus providenciou a salvação por meio de Jesus cristo. O próprio Jesus proclama no N.T. quando diz: “O filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19.10).    

O significado da Salvação

Começando pelo Antigo Testamento descobrimos a natureza redentora de Deus. Da mesma forma descobrisse tipos e predições daquEle que estava para vir e do que Ele estava para fazer.
Os termos usados no A.T. que fazem referência a salvação: natsal e yasha’. O primeiro significa livrar ou libertar. Esse verbo indica uma salvação física, pessoal ou nacional. Ainda numa conotação espiritual a salvação mediante o perdão dos pecados. O segundo verbo significa salvar, livrar, conceder vitoria ou ajudar. Por isso Yahweh é Salvador. Portanto, Deus escolhia representantes para trazer a salvação.
No Novo Testamento temos a palavra sõzõ que pode se referir a salvar a pessoa da morte, da enfermidade, da possessão demoníaca. O substantivo sõtêria (salvação) se refere exclusivamente à salvação espiritual. Ainda temos o nome Josué: Iêsous – Jesus, palavra empregada para a obra salvífica de Cristo.

As Naturezas de Deus e da Humanidade

A Bíblia revela um Deus que salva e que redime. Portanto, o drama da redenção tem como pano de fundo o caráter de Deus e a natureza da criação humana. As Escrituras deixam claro que toda a humanidade precisa de um Salvador. Desde o primeiro casal, Adão e Eva, até a última tentativa de desfazer os propósitos de Deus a raça humana está em uma longa cantilena de atitudes degradadas e pecados deliberados. Então com esse quadro a humanidade necessita de um Salvador.

A Santidade e o Amor de Deus - A cruz de Cristo foi o caminho escolhido para aproximar o homem de Deus. Apesar de toda a humanidade ser ímpia e Deus puramente Santo como é visto no A.T. A cruz só fará sentido diante de um Deus reto e justo que exige julgamento.
O ensino do N.T. consiste em que Jesus Cristo morreu para ligar o abismo entre o Deus e a raça pecaminosa que não podia salvar a si mesma. Paulo diz que na cruz Deus procurou demonstrar sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus. Então, a Bíblia revela que a natureza de Deus é boa na sua própria essência.

A Bondade, Graça e Misericórdia de Deus - O A.T. afirma que Deus é bom e que somente faz coisas boas. Na atividade redentora de Deus é expressa a sua bondade.  A bondade d'Ele levou a adiar seu julgamento e salvar a humanidade. Afirmações como feitas na Bíblia como paciência, longanimidade e tolerância é expressa no A.T. com as palavras “tardio em irar-se”. A bondade de Deus o levou a salvar a humanidade perdida.
A natureza salvífica de Deus descreve sua misericórdia. A misericórdia requer ação. Quem a recebe não tem méritos para exigi-la. A inspirada profecia de Zacarias revela de modo especial a conexão entre a misericórdia e salvação. Outra maneira de Deus demonstrar sua bondade é na graça salvífica.

O Amor de Deus - O desejo de Deus nos salvar é o seu amor. Deus ama com amor eterno. A redenção tem a sua origem no amor e na vontade de Deus. O N.T. emprega os termos agapaõ e ágape para referir-se ao amor salvífico de Deus. O N.T. dá o testemunho do fato de que o amor de Deus impeliu-o a salvar a humanidade pedida. Por isso, esses quatro atributos (paciência, misericórdia,, graça e amor) demonstram a sua bondade ao prover a nossa redenção.


                                 Teorias da Expiação

Teoria da Influência Moral - Ressalta o amor de Deus, e rejeita qualquer idéia de haver em Deu uma exigência pela liquidação da dívida do pecado. Deus não exigiu pagamento pelo o pecado, mas com amor perdoou graciosamente. Tem como autor o Pedro Abelardo. Essa teoria não ver na cruz nenhum propósito ou efeito expiador ou até mesmo de propiciação.                           
Teoria do Resgate – Enfatiza a vitoria de Cristo sobre satanás. Por causa do nosso pecado estamos sob o domínio de satanás, mas Deus, por nos amar, ofereceu seu filho ao Diabo como preço do regaste para nos libertar. Significa que Deus é mais forte e sábio que o Diabo.
Teoria da Satisfação – Diz que as pessoas ao pecarem ultrajaram a honra de Deus. Então, a ofensa contra um soberano não pode passar sem castigo, exige uma satisfação. Todavia, apenas um Deus-homem poderia dar uma satisfação pela ofensa contra a honra de Deus e pagar o preço infinito do perdão. Focaliza naquilo que Deus exige na expiação. Essa teoria foi proposta por Anselmo. 
Teoria Governamental – Considera Deus um legislador que tanto promulga quanto sustenta as leis do Universo. A justiça rigorosa de Deus exige a morte eterna dos pecadores. O enfoque não é a salvação dos pecadores, mas a guarda da lei. Na cruz, Deus mostrou que pode abominar a ilegalidade e, ao mesmo tempo, manter a lei e perdoar os iníquos. Não considera a depravação total da raça humana. Sua origem vem de Hugo Grotius. 
Teoria da Substituição Penal – Afirma a idéia da substituição penal para explicar o significado da morte de Cristo. Portanto, Ele sofreu, não meramente para nosso beneficio, mas em nosso lugar. Em Jesus, Deus assumiu a culpa e suportou a penalidade. Fala da nossa depravação total e a conseqüente incapacidade de nos salvarmos. Aceita literalmente as declarações que Cristo tomou o nosso lugar.

                             Aspectos da Obra Salvífica de Cristo        
                                               
O Sacrifício – No A.T. quando a pessoa colocava a mão no sacrifício, significa muito mais que identificação, era um substituto sacrificial. Os termos propiciação e expiação relacionam-se com o conceito de sacrifício e procuram informar o efeito do sacrifício de Cristo. No N.T. as comparações são claramente transferidas a Cristo. Por exemplo, João, o batista, o apresenta como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Paulo na carta aos Coríntios se refere a Cristo como nossa páscoa.                         
A Reconciliação – O N.T. ensina que a obra salvífica de Cristo é trabalho de reconciliação. Paulo assevera que a obra de Cristo nos salvará da ira de Deus e que quando ainda éramos inimigos a sua morte nos reconciliou com Deus. Logo, o fato de Ele está vivo garante a nossa salvação.
A Redenção – O A.T. refere-se ao rito da redenção no tocante as pessoas ou aos bens. O parente redentor funciona como um go’el. Então, o próprio Deus é o redentor do seu povo. A redenção diz respeito aos assuntos morais. Essa palavra subtende o livramento de um estado de escravidão mediante o pagamento de um preço. No N.T. Jesus é tanto o resgatador quanto o resgate. Cristo nos livrou do justo juízo de Deus que realmente merecíamos por causa de nossos pecados. O propósito de sermos redimidos é Cristo purificar para si um povo seu especial.

O Alcance da Obra Salvífica de Cristo

É sabido que há uma diferença significativa entre os cristãos com relação à extensão da obra salvífica de Cristo. O ponto de discórdia está em tornar a salvação possível a todos ou somente para os eleitos.
Por quem Cristo morreu? A diferença acha-se na escolha entre a expiação limitada (Cristo morreu somente pelas as pessoas soberanamente eleitas por Deus), e o universalismo qualificado (Cristo morreu por todos, mas sua obra salvífica é levada a efeito naqueles que se arrependem e crêem).
Segundo a opinião dos da expiação limitado em que olham para os textos que dizem que Cristo morreu pelas ovelhas, pela igreja. Enquanto, os defensores do universalismo qualificados argumentam que somente este dá sentido à oferta sincera do evangelho a todas as pessoas.           
Os evangélicos rejeitam o universalismo absoluto, que diz que o amor divino não permitirá que os humanos, como também o Diabo e os anjos caídos fiquem afastados d'Ele.
Por fim, a expiação ilimitada no sentido de estar à disposição de todos; é limitada no sentido de ser eficaz somente para aqueles que crêem. Está à disposição de todos, mas é eficiente apenas para os eleitos.

 Conclusão

Finalizando, foi apresentado a importância da obra salvífica de Cristo para toda a humanidade perdida. Por causa da nossa depravação total todas as pessoas precisam de um salvador e que elas não podem salvar a si mesmas.  
O Antigo Testamento indica o tempo em que Deus traria a salvação a todos, não somente a Israel, mediante o servo sofredor. Portanto, no Novo Testamento Cristo veio para restaurar o homem para a vida, mediante o perdão dos pecados. Não há salvação à parte do Senhor. Isso apenas for possível graças ao caminho trilhado por Jesus Cristo, isto é, a cruz. A cruz de Cristo demonstra a natureza de Deus que é boa e sua própria essência que abrange todas as pessoas. 
                                                                                              
 
 FONTE:

Horton Stanley M. Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de janeiro. CPAD, 1996



.






Nenhum comentário:

Postar um comentário